segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

USANDO UM RADIO DE ONDAS CURTAS





Alguns radio escutas compram os mais caros rádios que podem adquirir mas se vêem desapontados quando não conseguem ouvir certas estações e outras coisas que querem ouvir. Acreditando que é deficiência do receptor, vendem para outros praticantes de escuta. Alguns meses depois, o proprietário original do receptor observa em boletins de clubes DX que o ouvinte que comprou seu receptor o está utilizando para ouvir todo tipo de DX raro. A explicação é porque é necessária habilidade para extrair o máximo de um rádio. Esta habilidade envolve o reconhecimento das condições de recepção e ser capaz de ajustar os controles do radio e suas características para a melhor recepção sob aquelas condições.

Usar um radio de ondas curtas, especialmente um modelo de comunicações, mostra que um conjunto de habilidades é necessário para obter o máximo desempenho, e para isto, é necessário tempo e esforço. Um radio escuta experiente usando um receptor mediano irá consistentemente obter melhor recepção, particularmente de sinais DX, que um inexperiente usando um radio de comunicações estado-da-arte.

Um ponto a ser entendido, é que o receptor não pode fazer tudo por si só. Um bom receptor deve ser conectado a um bom sistema de antena, devido ao receptor poder apenas trabalhar os sinais providos pela antena. E como podemos observar com o estudo da propagação, as condições de recepção representam a parte mais importante na determinação de se poder ou não ouvir uma estação. Estes condições mudam de estação do ano para estação ( e até de dia para dia ) e determina os limites reais do que é possível ouvir. Por exemplo, independente de quanto bom seja o receptor e a antena utilizada, será impossível ouvir uma estação da África em 90-metros durante a tarde aqui no Brasil.

A melhor forma de usar os controles do radio de ondas curtas varia com as condições de recepção e os sinais que se tenta captar. O uso correto do AVC/AGC de um radio e do branqueador de ruídos pode determinar se será possível entender o sinal ou não. O mesmo se aplica para o controle de ganho de RF. Por exemplo, muitos radio escutas encontram recepção melhor em SSB que se abre todo o volume de áudio do receptor e se usa o controle de ganho de RF como um controle de "volume". Este técnica não funciona com todos os receptores ou sinais, mas é o tipo de coisa que precisa ser aprendida através da experiência e pratica.

A seleção da largura de banda adequada é algo a ser aprendido com o tempo. É possível, por exemplo, sintonizar uma sinal AM de 6 kHz de largura usando um filtro de 2.7 kHz sem recorrer à técnica ECSS. Isto é feito através de sintonia de forma a receber a portadora AM original e um pedaço de uma das bandas laterais. Isto resulta em um áudio "cortado" e com perda de fidelidade, mas pode significar a diferença de um sinal legível e sua não identificação. O uso do PBT/VBT ou filtro "notch" para se alcançar melhores resultados é algo que precisa ser aprendido com o tempo e pratica.

Existem diversos "truques" que se aprendem na prática. Algumas vezes a melhor recepção de um sinal AM pode ser obtido através da sintonia de um kHz por exemplo, deslocado da freqüência da portadora. A melhor forma de aprender estas técnicas é tentar diferentes combinações dos diversos controles se utilizando por exemplo, das estações locais. Experimente sintonizar uma emissora potente local utilizando o modo USB ou LSB de seu rádio. Tente ajustar o controle de ganho de RF e utilize diversas larguras de banda disponíveis. É mais fácil aprender em sinais fortes como estes do que com sinais fracos em faixas congestionadas.



Deve-se desenvolver os ouvidos de radio escuta. A experiência leva a reconhecer sinais fracos enterrados em interferência de emissoras adjacentes que podem ser aprimorados através do uso de banda passante estreita ou ECSS. Os sinais DX, por definição, não são fortes e nem fáceis de serem notados. Os mais experientes ouvintes descobrem que algo está no "fundo do poço".

http://www.sarmento.eng.br

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